segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Mãe.


Mãe:

Que desgraça na vida aconteceu,
Que ficaste insensível e gelada?
Que todo o teu perfil se endureceu
Numa linha severa e desenhada?

Como as estátuas, que são gente nossa
Cansada de palavras e ternura,
Assim tu me pareces no teu leito.
Presença cinzelada em pedra dura,
Que não tem coração dentro do peito.


Chamo aos gritos por ti - não me respondes
Bejo-te as mãos e o rosto - sinto frio.
Ou és outra, ou me enganas, ou te escondes
Por detrás do terror deste vazio.


Mãe:

Abre os olhos ao menos, diz que sim!
Diz que me vês ainda, que me queres.
Que és a eterna mulher entre as mulheres.
Que nem a morte te afastou de mim!



Miguel Torga


Descubrí este poema por casualidad. Lloré al sentir el miedo de la perdida de un ser querido. Hoy lo leo y recuerdo el mismo sentimiento que todos como humanos podemos llegar a tener en el interior.



Adolfo Correia da Rocha. (Tras-os-Montes -São Martinho de Anta, 12 de agosto de 1907 - Coimbra, Portugal, 17 de enero de 1995) Novelista, articulista y poeta portugués. Adopta el seudónimo de Miguel Torga en 1934. con el libro de prosa A terceira voz, este seu´dónimo es originado en el nombre de un arbusto común en Tras-os-Montes (torga) y en el nombre, Miguel, de personalidades admiradas por él: Cervantes, Molina y Unamuno.
EleNa Martín.

2 comentários:

Anónimo disse...

Bonito poema. Não o conhecia. Em cada um de nós, uns mais do que outros, existe medo da morte....da nossa, dos nossos entes mais queridos. Temos de tentar aproveitar todos os momentos para estar com as pessoas q mais gostamos para tornar esses momentos...em momentos inesqueciveis.

Beijinhos Elena

Anónimo disse...

Me has robado la foto!!jajajaja.
Bello!!! Axala